Estamos vendo na imprensa (marrom, vermelha, desbotada e outras cores) uma série de artigos onde vemos o termo A Nova Ordem Mundial. Mas vamos tentar entender este termo, para não submetê-lo ao reducionismo da moda, assim como: protagonismo, narrativa, janela de oportunidade etc.
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O que é Ordem Mundial (conceito simplificado )
A Ordem Mundial é um tipo de estruturação do poder onde um ou vários países conseguem determinar formas de subordinação de outros. Digo países porque estamos nos referindo aos períodos onde estes já estão estruturados. Este poder subordinante se utiliza de mecanismos de dominação no campo econômico, político e militar. Distingo o campo militar, apesar de ele ser a derradeira ferramenta para a garantia do campo político.
Vamos usar alguns tipos de Ordem Mundial para tentar definir melhor as configurações delas:
Ordem Unipolar, quando apenas um país é capaz de garantir os seus interesses na Ordem Mundial.
Ordem Bipolar, quando dois países disputam, mas têm a hegemonia.
Ordem Multipolar, quando mais de dois países estão nesta hegemonia.
Há muita literatura interessante sobre este assunto, com os mais diversos matizes ideológicos para analisá-lo.
O desconforto bipolar
Durante um bom tempo os EUA conseguiram ditar as regras e monopolizar a Ordem Mundial. O fato de conseguirem impor o dólar como moeda comercial mundial e terem a maior força armada do mundo fez com que se candidatassem a serem o novo império mundial. Seu antecessor foi o Império Britânico, o maior da história em termos de territórios não-contíguos conquistados. O maior império contíguo foi o Império Mongol.
Os EUA conseguiram manter a sua hegemonia desde o pós II Guerra Mundial. Eles saíram desta guerra com o ótimo poderio bélico, controlando o comércio mundial, os investimentos em engenharia e desenvolvimento.
Dominaram o cenário político aglutinando até os seus rivais de guerra. Muitos aderiram à Nova Ordem Unipolar, inclusive os nazistas que migraram para os EUA, adquiriram cidadania e ajudaram no desenvolvimento da engenharia militar e farmacêutica. O programa espacial e de mísseis militares americanos foram desenvolvidos pelos engenheiros mecânicos e químicos da antiga alemanha nazista. Mas não só estas atividades. Desenvolveram muitas fábricas que produzem manufaturados que consumimos até hoje.
Cabe um parêntese para explicar que o real motivo da II Guerra foi a tentativa de destruição da URSS (União Soviética) que estava em ascensão econômica e exportava sua ideologia para vários países europeus. Na Alemanha, antes da guerra, por exemplo, estavam acontecendo várias batalhas dos Maximalistas, que eram grupos militares revolucionários comunistas, que tomaram e perderam o controle de diversas cidades no interior. Fenômeno parecido também estava acontecendo na Espanha. Os nazistas foram os que se comprometeram em ir até a URSS para destruí-la. Por isso, neste período, os nazistas foram financiados pelos EUA, pela Inglaterra, França etc. Mas no caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no caminho: a Polônia. E também porque o grande aliado, o nazista, estava descumprindo os acordos e crescendo mais do que o combinado. Não vou me estender mais sobre os motivos da II Guerra. Isto é apenas para mostrar que já estava em jogo, naquele momento, a hegemonia Unipolar da Ordem Mundial.
Este período unipolar só começou a se desestabilizar quando a URSS alcançou padrões de desenvolvimento e influência capazes de competir economicamente e militarmente. A Rússia não era grande exportadora de manufaturados, mas tinha conseguido sair das dificuldades das suas guerras civis e começara a desenvolver seus setores primários e secundários. Já conseguia dar conta do seu mercado interno que passara por más situações devido ao isolamento político e econômico. Como a URSS sempre teve ao redor de suas fronteiras, permanentes bombardeios, acabou desenvolvendo uma indústria bélica de ponta para garantir sua integridade. A história da Rússia, mesmo antes de se tornar a URSS, sempre foi de conflitos para garantir seu gigantesco território. Por ali passaram vários impérios que conquistaram e perderam parte do seu território. A região da atual Ucrânia passou por estas situações.
A URSS não era uma potência econômica, mas já a segunda maior potência militar do planeta. E com um projeto político independente e diferente do seu opositor, os EUA.
Ordem Bipolar mas ainda com a hegemonia dos EUA
A URSS estava em período de crescimento, mas bem mais lento do que a economia pujante norte-americana, que era capaz de liderar os outros países, inclusive os europeus.
Os EUA também tinham uma doutrina que os ajudavam a ampliar suas zonas de influência: a Doutrina Monroe, que estabeleceu que os EUA tinham uma posição contrária ao re-colonialismo europeu, MAS tinha como princípio de base que os EUA assumissem simbolicamente o papel de líder. Um fundamento (porta aberta) para o processo colonialista do continente latino-americano.
Esta doutrina se ampliou e variou de tal forma que deu fundamento para que os EUA se lançassem no processo de colonização em todo o mundo e não apenas na américa-latina. Então, várias invasões territoriais foram realizadas em prol dos interesses norte-americanos. Os europeus quase não reclamavam porque já o faziam na Ásia e na África.
No cinema os americanos viviam maravilhosos romances na África e férias divertidas na Turquia. A geração que antecedeu a minha (tenho 66 anos), se divertiu muito com estes romances e comédias hollywoodianas, sem saber qual era o trágico pano de fundo histórico.
Mas nem tudo agradava aos parceiros europeus dos EUA. Na década de 70 os europeus aventaram criar o seu bloco econômico para alterar a hegemonia dos EUA na Ordem Mundial. Tentaram criar uma zona econômica européia. Queriam trocar suas reservas em dólar pelo ouro que os havia lastreado. Mas o poder bélico e econômico dos EUA foi capaz de alterar as regras e, em 1979, o lastro do dólar passou a não ser mais o ouro, mas o petróleo, que tem valor variável. A tática europeia não deu certo, mas ali se começou a estruturar uma alternativa para a atual Ordem Mundial, a criação da Comunidade Européia com uma moeda e um parlamento próprios.
Enquanto isso a URSS crescia, já exportava e tinha vários parceiros comerciais, muitos deles europeus. A Ordem começava a virar desordem para os EUA.
Guerra híbrida
O crescimento da URSS já começava a ser uma ameaça de fato. E já não dava para mandar navios e aviões para ficarem bombardeando as costas soviéticas, pois os soviéticos já estavam armados até os dentes. Muito menos fazer ataques por terra, pois eles já tinham uma das maiores infantarias do mundo. Não dava para aglutinar os europeus contra a URSS, pois vários países faziam negócios ou eram sócios.
Mas os republicanos americanos tiveram uma ideia “semi-bélica” que não precisava disparar nenhum tiro: a corrida armamentista. Para cada arma que os americanos inventavam, para atacar a URSS, esta tinha que gastar fortunas para fabricar armas defensivas. Com isto, a corrida alterava os investimentos da URSS de bens de consumo e desenvolvimento para fabricação de armas. É como se duas pessoas lutassem debaixo d’água sem aqualung. Quem tiver menos fôlego morre. E realmente esta política teve efeito. A economia da URSS declinou, houve crise e culminou com a queda do Muro de Berlim e a desestruturação da URSS.
Foi um período quase que de Ordem Unipolar, pois a URSS estava enfraquecida e a Europa ainda engatinhava na construção da Comunidade Européia, que sempre teve dificuldades internas e nunca conseguiu uma boa unificação.
Os EUA estavam surfando na sua ampliação hegemônica, mesmo enfrentando as crises estruturais naturais do capitalismo. Mesmo o mundo tendo aumentado o nível de miséria, estavam acumulando cada vez mais capital.
Também dava tranquilidade aos EUA o fato de que a Rússia sempre teve conflitos seculares com a China, que era um dos seus grandes parceiros. A China crescia, e dentro dela haviam várias empresas americanas, que fabricavam seus manufaturados Made in China.
Mas a realidade foi se modificando e a China tornou-se também uma potência comercial, tecnológica e militar. Seu crescimento estava mais rápido do que os seus trens balas, suas naves espaciais e seus foguetes intercontinentais. Aí começou o estado de depressão.
Que comunistas são estes com tantos empresários e milionários?
A China cresceu em 60 anos mais que os países europeus, que são seculares, e os próprios EUA. Um país onde as eleições são comunistas, cujo parlamento maior, o Congresso Nacional do Povo, também é composto por comunistas, mas que todas as empresas são privadas. Pode soar estranho, e é para o ocidente.
Apesar do sistema político pressupor que a política econômica é criada pelo Estado, na realidade nem o Estado é capaz de interferir nelas. A China baseou seu desenvolvimento em rígidos planejamentos de pequeno, médio e longo prazos. O que aqui discutimos como “fazer gestão” e estamos aprendendo que isso é fundamental, lá na China faz parte do dia-a-dia das pessoas e do Estado. Um projeto de longo prazo não pode ser alterado antes que seja concluído, nem pelo Estado. O país é grande demais e não existem mecanismos de controle, a não ser o planejamento e execução. Isto eles chamam de “política de projetamento”.
A China se tornou a maior ameaça comercial aos EUA. Também não dá para ameaçar militarmente nem boicotar sua economia, pois, como já disse, muitas empresas norte-americanas estão lá. A China também é a maior compradora de bens americanos. Se ela decair, as vendas norte-americanas também cairão, afetando a balança comercial.
É uma sinuca-de-bico. Tanto para a China quanto para os EUA interessa que comprem e vendam entre si.
Em 2017 a China anunciou um investimento de cerca de 70 bilhões de dólares para a criação da Nova Rota da Seda.
Assim como a Primeira Rota da Seda, esta também abre a maior perspectiva de integração comercial dos últimos séculos.
É uma rede de negócios envolvendo um comércio trilionário, que tem por traz uma infraestrutura de diversos modais de transporte e até monitorização do espaço, via satélites. Atualmente atinge cerca de 4 trilhões de dólares em negócios!
O que foi um negócio que começou na Ásia, agora já está se estabelecendo em quase todos os continentes. Chama-se Projeto Eurásia. Um projeto que está unindo países historicamente conflitantes, como Rússia e China, e já encontra-se em funcionamento e circulando na maioria dos países da Europa.
A China também vem ocupando o cenário internacional com um modelo de negócios diferente dos habituais do ocidente. Em geral, a cartilha do FMI e as instituições financeiras internacionais pregam a recuperação econômica, através de empréstimos, cuja garantia de pagamento são a venda de passivos destes países que se endividam.
A China faz empréstimos a juros bem mais baixos desde que os devedores adquiram produtos e serviços das empresas chinesas. É um modelo onde os devedores não colocam em risco seu patrimônio e conseguem transferência de tecnologia e geração de emprego.
A Argentina está fechando um acordo com a China para desenvolvimento de uma planta de energia nuclear e a ampliação de sua infraestrutura.
Este tipo de negócio está fazendo com que vários países procurem fazer negócios com a China e não com a Europa e EUA
Durante o último governo dos republicanos a estratégia foi de forçar os aliados, inclusive europeus, a não fazerem negócios com a China. Deu certo até certo ponto, pois quem deixou de fazer negócios com a China deixou a oportunidade para os EUA.
No Brasil aconteceu exatamente isso. O governo brasileiro atuou mal diplomaticamente, deixou de vender uma boa quantidade de commodities. Os EUA acabaram fazendo este negócio no lugar do Brasil….
Agora a Nova Ordem Mundial já não é mais bipolar e já tem os olhos puxados.
Guerra como instrumento político-comercial
Com a eleição do Partido Democrata, que nos EUA é conhecido como o Partido da Guerra, a tática mudou. Voltamos a ver um mundo belicista. A estratégia recorrente deles é destruir militarmente seus maiores adversários, custe o que custar. Eu já havia previsto isto no meu artigo “O que ganhamos com as eleições americanas” de 14/11/2020.
Os membros do Partido da Guerra invadiram a Líbia, o país mais rico e independente da África, assassinaram e decapitaram o presidente e exibiram na imprensa. Invadiram o Iraque, financiaram Bin Laden e os traficantes de heroína, fomentaram a guerra na Síria, promoveram o genocídio no Iêmen e muito mais. Mas tudo deu errado.
Perderam quase todas as guerras e recentemente saíram correndo do Afeganistão, inclusive deixando grande parte dos seus armamentos por lá. Nos EUA este foi considerado o primeiro grande vexame do atual presidente.

Um dos grandes objetivos é a intimidação belicista. Este é o papel do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Há um acordo celebrado com os EUA, na época do governo Gorbachov, de não proliferação da OTAN. Os EUA não cumpriram o acordo. Nos últimos anos a OTAN se estendeu de forma extraordinária na direção do território russo. E chegou às suas portas.
Ucrânia e as ações da CIA e União Européia

Esta região que atualmente se chama Ucrânia foi um território ocupado por diversos povos. No século V foram os eslavos, no século IX foram os vikings e escandinavos. Juntos com os eslavos formaram o Reino de Rus. Há um espírito cultural forte de ali ter brotado a Rússia. Em 1920 esta área foi unificada com o nome de Ucrânia, uma terra muito fértil, até hoje.
Na Ucrânia há grandes plantações de trigo que é exportado para muitos países. Cinquenta por cento da população fala russo e boa parte de seus cidadãos tem dupla cidadania.
Os EUA e União Européia usaram seus serviços de inteligência para instigar a “Revolução Laranja” cujo objetivo era trazer a Ucrânia para uma aliança com o ocidente (assim divulgou a agência Norte-americana de inteligência). Mesmo assim, em 2004, as eleições ucranianas foram vencidas por Viktor Yanukovych. A Ucrânia tem uma oligarquia que tenta apropriar o Estado em seu favor, deixando a população com o conhecido “Estado Mínimo”.
A partir daí as ações dos EUA e União Européia se intensificaram e tentaram desestabilizar o governo eleito ucraniano.
Em 2014 a União Européia (UE) tentou fazer acordos a partir de parcos financiamentos que não foram realizados, pois a Rússia estava bem financeiramente e ofereceu bilhões em investimentos. Mais uma derrota dos EUA e UE, que não desistiram da disputa pela Ucrânia.
Deram um golpe conhecido como Revolução Maidan, bancada pelo governo Obama.
Daí em diante as atuações dos EUA e UE contaram com grupos nazistas da Galícia. Houve ocupações em Kiev com tumultos e tiroteios. O nazi-fascimo tomou conta da Ucrânia, houve muita perseguição e morte e o oligarca Petro Poroshenko foi declarado vencedor desta eleição violenta e fraudulenta.
Aqui no Brasil, recentemente, vimos em algumas manifestações estas bandeiras ucranianas usadas pelos grupos de ultradireita e que tremulavam em plena avenida paulista.
Por incrível que pareça, foi a torcida do Corinthians quem os enfrentou.
Voltando à Ucrânia. Depois desta eleição, a extrema-direita no poder, proibiu o uso da língua russa na Ucrânia. Toda a oposição foi violentamente reprimida e muitos se abrigaram em Lugansk e Donetsk. Mesmo refugiados nestas regiões, muitos membros de partidos de esquerda e sindicalistas foram perseguidos e assassinados pela extrema-direita nazi-fascista.
Nas últimas eleições ucranianas o ator Volodymyr Zelensky, um comediante de televisão, sem nenhuma experiência política, refém da extrema-direita nazi-fascista, se elegeu com uma pauta anti-política e fascista.
Voltando à Ucrânia. Depois desta eleição, a extrema-direita no poder, proibiu o uso da língua russa na Ucrânia. Toda a oposição foi violentamente reprimida e muitos se abrigaram em Lugansk e Donetsk. Mesmo refugiados nestas regiões, muitos membros de partidos de esquerda e sindicalistas foram perseguidos e assassinados pela extrema-direita nazi-fascista.
Nas últimas eleições ucranianas o ator Volodymyr Zelensky, um comediante de televisão, sem nenhuma experiência política, refém da extrema-direita nazi-fascista, se elegeu com uma pauta anti-política e fascista.
Assista ao vídeo de campanha de Zelensky . Ele é parte do filme onde interpreta um professor que acidentalmente se tornou presidente e venceu as eleições. Dá para ver bem quem ele é e o que representa.
Como saber quem está em vantagem

No jogo de xadrez o grande objetivo inicial é dominar o meio, as quatro casas centrais. Quem não dominar levará muita desvantagem ao longo do jogo. E para isto joga-se o jogo-posicional. Os principiantes sempre se aventuram e fazem jogadas perigosas. Só ganham de outros principiantes. Se jogarem com alguém um pouco mais experiente vão perder. Não imaginam que o adversário verá as suas intenções.
Os mais experientes jogam o jogo posicional, que é mais lento e que tenta imaginar mais que cinco jogadas à frente, tanto dele quanto do adversário. É preciso ter calma, experiência e capacidade de abstração.
Pode não parecer, mas depois do décimo lance podem ser jogadas mais de um quatrilhão de variantes.
E existe uma dificuldade que só a experiência é capaz de fazer: olhar para um tabuleiro e dizer quem está em vantagem. No xadrez só se deve movimentar uma peça depois de toda esta reflexão e concentração.
Na política e na guerra as regras são iguais às do xadrez. E por isso mesmo vamos ver a dificuldade de analisarmos como será a próxima Ordem Mundial.
O blefe irresponsável de uma política irresponsável
Há uma velha frase político-militar que diz que você não deve ir para uma posição que não possa sustentar, e muito menos, levar outros consigo.
Isto é o que o Partido da Guerra está fazendo neste momento.Pressionou o ator-presidente a permitir a instalação de bases da OTAN no nariz da Rússia. Prometeu total apoio. Se a Rússia se manifestasse os EUA e a UE dariam as respostas que garantiriam a continuidade da instalação.
Mas a Rússia já previa isto há alguns anos, já que vinha tentando negociar o não avanço da OTAN com os ouvidos surdos dos EUA e UE.
Diante da quebra do acordo e do avanço da OTAN, a Rússia se preparou, econômica e militarmente. Os EUA e UE apenas blefaram.

A Rússia acumulou mais de 600 bilhões de dólares em suas reservas caso tivesse que passar por sanções econômicas. Fez parceria com seus países vizinhos, inclusive a China para continuar fazendo negócios. Isto significa que as ameaças de sanções não vão influenciar tanto nas decisões russas.
O gás europeu é fornecido majoritariamente pela Rússia, que é autossuficiente de fontes energéticas de hidrocarbonetos e outros. Pode prescindir de importações.
A Rússia tem hoje um grande estoque de mísseis hipersônicos, enquanto os EUA ainda não conseguiram produzir nenhum e está em muita desvantagem. É necessário mais de dez anos para se conseguir colocar em funcionamento um míssil hipersônico. A Rússia tem obviamente o apoio militar da China.
Isto significa que não haverá uma grande guerra. Todos têm arsenal atômico para destruir o planeta. Ou seja, ninguém vai apertar o botão vermelho.
Os EUA blefaram e isto está refletido na gagueira e exitação do seu presidente, que antes da crise já havia perdido credibilidade em seu país. Deixaram o presidente da Ucrânia solitário em seu camarim, com pavor de ter que abrir as cortinas. O público foi embora e já não tem mais o que interpretar. O show acabou.
A Rússia invadiu a Ucrânia sabendo que os EUA estavam blefando, que não iam fazer nada. Como dizem hoje os republicanos nos EUA: “o presidente não fez nada e foi dormir”.
Enquanto isto, o presidente da Rússia justificou a invasão em prol da garantia de defesa do território russo.
Assista a entrevista do presidente Putin para a imprensa internacional.
Não poderíamos chamar de um erro de principiante, pois os Democratas do Partido da Guerra perderam quase todas as suas guerras. É uma burrice recorrente.
Agora os EUA perderam mais ainda seu espaço na atual Ordem Mundial e levaram juntos, por enquanto, vários países.
Há uma frase que diz que diplomacia é afagar o cachorro com uma mão enquanto pega a coleira com a outra. Países não são amigos, têm interesses provisórios que os unem.
A Nova Ordem Mundial
Há uma lei universal que diz que não existe vácuo na política. Ele sempre estará ocupado.
A precipitação imatura e despreparada dos EUA vai provocar uma nova correlação de forças militares, econômicas e políticas.
A Rússia está em plena fase de crescimento e detentora de importantes fontes de energia e commodities. É uma das maiores potências militares.
A China está se dirigindo para ser a maior potência econômica do mundo até o final desta década. E está tentando alavancar a América-Latina, África (um continente abandonado pelos EUA e UE) e Ásia, formando um bloco econômico alternativo.
A UE e os EUA têm economias poderosas e não vão se subordinar a outros modelos políticos e econômicos. Mas devem ter que negociar novas formas de relacionamento com o mundo.J
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Já dá para começar a refletir sobre como será esta Nova Ordem Mundial.
Vamos ficar diante do tabuleiro e analisar, pois agora ela já se tornou uma Ordem Multipolar.