Por Leon Ayres em 03/02/2022
Saiba o verdadeiro motivo dos conflitos na Ucrânia e países próximos do Mar Cáspio e Mar Negro. Mas para entender teremos que voltar um pouco na história, no início da Rota da Seda. Ela ressurgiu e é a maior ameaça comercial para os EUA.
A Primeira Rota da Seda
A Primeira Rota da Seda surgiu mais ou menos no Século II a.c. Eram duas rotas que eram usadas inicialmente para o comércio da seda chinesa, mas foi se ampliando e outros produtos também foram comercializados. Eram caravanas e embarcações oceânicas que faziam o transporte de mercadorias entre a Ásia e a Europa.
Mas não era uma rota segura, haviam muitos piratas e ladrões. Em 1271, com o estabelecimento do Império Mongol a Rota da Seda tornou-se muito mais segura e ampliou-se de forma extraordinária.
A rota marítima ainda não tinha se desenvolvido naquele momento. Esta rota foi bastante disputada, inclusive pelos europeus, que utilizaram o mar para fazer “grandes descobertas” e “comércio nas Índias”. Agora dá para entender o que eram aquelas expedições portuguesas que estudamos nos nossos precários livros de história. O objetivo era a Rota da Seda, o maior empreendimento comercial. E ninguém se furtava a usar a força bélica para atingir seus objetivos. Agora podemos voltar aos dias de hoje.
A nova Rota da Seda
Em 2017 a China anunciou um investimento de cerca de 70 bilhões de dólares para criação da Nova Rota da Seda. Assim como a Primeira Rota da Seda, esta também abre a maior perspectiva de uma integração comercial dos últimos anos.
Nasce o Projeto Eurásia, com a participação comercial da China, Rússia e vários países do oriente médio, ou também denominada Eurásia Central. É o estabelecimento de relações comerciais bilionárias entre a Ásia e a Europa.
A seda, neste caso, serve mais para criação de camisas do que seu principal produto de comércio. Assim também aconteceu na Primeira Rota da Seda.
E no momento onde a economia norte-americana passa por determinado nível de declínio, a Rota da Seda é uma grande ameaça. Então, o que fazer?
Durante o governo republicano de Trump, a tática americana era de forçar seus aliados a não fazerem comércio com a China. Dá para entender porque o governo brasileiro começou a hostilizar o governo chinês e perder dinheiro com as exportações do agro-negócio.
Nada havia nada de ideológico, mas apenas perder dinheiro para defender os interesses americanos. Esta tática americana não deu certo, pois vários países europeus continuaram a fazer “negócios da China”.
Com o governo democrata de Joe Biden a tática é bem diferente, e digamos, objetivamente bélica, fazendo guerras para encarecer o transporte de mercadorias ou inviabilizá-los.
Parafraseando Carlos Drummond de Andrade: no caminho tem uma pedra americana. Mas terão que ser muitas pedras. A rota passa por muitos países. E como o Partido Democrático é conhecido nos EUA como o “Partido da Guerra” as soluções têm gosto de pólvora.
Vamos observar o mapa mais detalhado onde atualmente estão acontecendo as maiores tensões diplomáticas, iniciando uma nova Guerra Fria. Parecem guerras ideológicas, com objetivos nobres de defesa da liberdade e da democracia. Mas são guerras-de-rapina, onde o interesse é comercial.
A Rota da Seda passa por países próximos ao Mar Cáspio e do Mar Negro. Vários destes vivem conflitos diplomáticos e bélicos como a Ucrânia, Kazaquistão, Turkemenistão, Afeganistão, Irã, Azerbaijão etc.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que deveria ter sido extinta após a queda do Muro de Berlim, vem crescendo e se espalhando por esta região. O grande exemplo é o crescimento da OTAN na Ucrânia.
Para justificar este avanço das forças militares da OTAN os EUA divulgam International Fake News, dizendo que a Rússia irá invadi-la, fato que os próprios ucranianos negam…
De agora em diante veremos muitos conflitos nesta região. O verdadeiro objetivo: dificultar ou destruir a Nova Rota da Seda.
Agora você já sabe. Não se iluda com o noticiário novelesco que trata estes conflitos como nobres guerras ideológicas. É desespero comercial mesmo!
Esta é apenas uma pequena introdução ao tema. Para aprofundar mais sobre este assunto pesquise o analista político internacional, Pepe Escobar. Foi nesta fonte que eu bebi.