Todos já sabiam o que ia acontecer

Vozativa edição 39 – 20 de fevereiro de 2002

Lembro-me quando estava desenvolvendo do Sistema Capsi e fui convidado a participar de um encontro com responsáveis estaduais pela implementação de diversos programas de atenção básica. O objetivo seria fazer uma pequena apresentação do protótipo que havíamos desenvolvido para sentirmos a receptividade, que por sinal foi muito boa.

Lembro-me de duas coisas que ficaram bem marcadas na minha lembrança. Primeiro: realmente é um grupo de mulheres simples e com muita disposição que fazem com que os programas de saúde (sub-financiados) consigam andar alguma coisa. Segundo: de acordo com a opinião delas, o quadro para o avanço da dengue já estava montado e sem perspectiva de retrocesso, já que o financiamento para um programa de combate ao mosquito era menor que o necessário. Isto foi há cerca de cinco anos atrás. Ou seja, assim como no caso do caos de energia elétrica, sabia-se de tudo com bastante antecedência. O financiamento ainda continua insuficiente e ainda criamos um déficit de pessoal graças a demissão dos mata-mosquitos.

Em geral aplica-se cerca de cinco por cento do PIB na área de saúde. No Brasil este percentual é inferior a dois por cento.